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sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Brasil poderá lançar foguetes





MCTIC pretende lançar satélites espaciais em 2021 na Base de Alcântara localizada no Estado do Maranhão e quer unificar as duas maiores agências de fomento do país, CAPES e CNPq

O ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) se reuniu na Câmara dos Deputados, no dia  4 de dezembro, para anunciar a possível junção das agências de fomento à cientistas e pesquisadores, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e também para  debater a implantação do novo Centro Espacial de Alcântara no Maranhão.

Recém aprovado pelo Congresso Nacional o decreto que fala do acordo entre Brasil e Estados Unidos sobre a implementação da Base de Alcântara segue agora para ser analisado no Senado Federal. O município de Alcântara concentra uma população de 21.000 habitantes e está a 30 quilômetros da capital do Estado do Maranhão, São Luiz. A comunidade local em sua maioria é quilombola e por isso, tem gerado controvérsias a ativação do Centro. O Congresso pretende ouvir representantes locais sobre o tema.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MTCIT), Marcos Pontes, falou que o acordo, transformado hoje em Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 523/19 permitirá que a base de foguetes localizado na cidade lance e comercialize foguetes e satélites. A tecnologia usada pertence aos Estados Unidos e permite que Institutos de pesquisa e desenvolvimento, bem como Institutos brasileiros e empresas da área de Tecnologia possam usufruir do espaço para fazer estudo e pesquisa. “O Centro será comercial e poderá também fazer parcerias com empresas nacionais e internacionais”.

O foguete G3, um dos foguetes que está sendo estudado junto à Aeronáutica, segundo o ministro vai ser fabricado com fibra ótica que é o que a Marinha tem de mais alta tecnologia sendo desenvolvido no Brasil. Ele explica que o comando do ministério da Defesa está dando auxílio junto ao da ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.


Fusão Capes e CNPq
O MCTI está estudando com as maiores agências de fomento do país, CAPES e CNPq a junção de ambas. Segundo a oposição do governo, a unificação das duas agências seria ruim para o país que oferece hoje a um cientista de doutorado, por exemplo, uma bolsa de estudo no valor de R$ 2.200 reais.

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL/RS) falou que a comunidade acadêmica não concorda com a decisão do governo e disse que isso não vai mudar a falta de recursos que os cientistas das universidades estão. “Não temos orçamento suficiente em Ciência e Tecnologia e essa fusão não trará aos estudantes a melhora do salário dos bolsistas”, avalia a parlamentar.

O diretor de Cooperação Institucional do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do CNPq, Vilson Almeida, explicou que existe uma diferença grande entre as duas instituições e que por isso é importante deixar claro como as duas instituições funcionam, bem como sua atuação e, que unificar as agências traria resultados futuros positivos.

A CAPES é responsável pelo sistema de pós-graduação dos estudantes que querem estudar fora e o CPNq atua como forma de apoio aos estudantes oferecendo bolsas de mestrado e doutorado. “Ambas agências têm projetos de pesquisa e auxiliam universidades com o uso de bolsas de estudos de mestrado e doutorado, mas com atuações diferentes, explica Almeida. “Estudantes podem ter a possibilidade de ir para fora do país com diversas formas de apoio oferecidas pelo governo brasileiro”.

As dificuldades para quem quer estudar fora são enormes, mas segundo o especialista alguns projetos pilotos do CNPq estão sendo implantados para ajudar pesquisadores. Segundo o especialista, países como China, Singapura e Noruega tem cerca de 60% dos seus pesquisadores estudando fora de seu território contra somente 18% no Brasil. Programas como “Inova Talentos” em parceria com CNI e Sebrae que auxilia estudantes, bem como o “Centelha”, serão implantados, anunciou o CNPq.

O Conselho também falou da seleção de projetos que estão sendo articulados com instituições estaduais e federais, possibilitando às cidades e aos municípios a implementação dos programas. Alguns Institutos Federais foram responsáveis por realizar cerca de 855 patentes em produtos brasileiros e mais de 400 programas de Institutos de Pesquisa dos Estados e Municípios participaram nos últimos anos. “Cerca de R$ 40 milhões de reais foram disponibilizados pelo CNPq aos Institutos de Pesquisa nas áreas de saúde e expedições científicas”, afirmou o diretor do órgão, Vilson Almeida.

Base de Alcântara
A deputada  Luiza Erundina (Psol-SP) reclamou da comunicação do ministério com o parlamento que deveria ser melhor em relação ao andamento do grupo de trabalho que vem sendo analisado por especialistas em ciência e tecnologia sobre a implantação da Base de Alcântara e a comunidade quilombola. “Já que haverá um profundo impacto com a comunidade precisamos convidá-los para que junto com a convenção da Agência Internacional de Trabalho (OIT), possamos conversar com a população”.

O uso do Centro Espacial de Alcântara deverá ser melhor auxiliado pelo Congresso Nacional ao longo do próximo ano, pois eles defendem que a população quilombola não deve ser afetada. “Dezenas de pessoas que moram na região e vivem da pesca, por exemplo, terão que sair do local. “Queremos alinhar com o governo a melhor maneira para que a população não seja prejudicada”, afirma a parlamentar.

O deputado Bira do Pindaré (PSB/MA) citou o artigo 19 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que diz que a população local deve ser preservada. “Como será a implantação da Base em Alcântara? A maioria da população brasileira apoia a construção do centro e de empresas lá, mas como isso será na prática?", questiona o parlamentar.

Ciência e Tecnologia
Marcos Pontes falou que o país precisa investir mais em ciência e tecnologia e energias renováveis e por isso o ministério vêm trabalhando constante essa agenda. “Nós sabemos da importância de empresas como FINEP e por isso pretendemos fazer o lançamento de laboratórios de inteligência artificial (IA) em breve. Precisamos produzir riquezas, pesquisa e desenvolvimento”, garante. Um dos locais que o ministério estuda criar os laboratórios de IA são Altamira no Estado do Pará na Universidade Estadual e na Amazônia.









quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Previdência, se foi. Lá vem a Reforma Tributária e depois? Cadê a ciência?




Ao longo dos últimos anos cobrindo o Congresso Nacional como repórter de ciência, pude perceber a ênfase no debate para aprovação da Reforma da Previdência, inócua pelo fato de não melhorar o teto de recebimento da aposentadoria do trabalhador que vai se aposentar no futuro e também por não conceder ao jovem, subsídio para ele receber mais ou proporcional ao tempo de serviço e idade, como é o sistema previdenciário atual. Tudo bem que temos um déficit enorme da União, mas na prática não vi muita melhora para os trabalhadores em geral.

E, o que é pior... Pararam de falar sobre isso.

Parte superior do formulárioParte inferior do formulárioPrecisamos entender melhor esse assunto. Como se aprende matemática na escola, por exemplo. Quem vai ensinar educação previdenciária para o Senhor José dono da padaria ou à dona Maria que é microempreendedora?

Tendo em vista que população idosa no Brasil e no mundo está crescendo, é alarmante imaginar como a máquina pública irá sustentar os milhares de contribuintes que vão se aposentar. Essa tendência que tende a aumentar ainda mais por conta da taxa de natalidade que abaixou, não fecha a conta. Pelo contrário, traz mais preocupação para quem vai se aposentar no futuro.

Recém aprovada no Congresso Nacional pelas duas casas, Câmara e Senado, é hora de falar de outra reforma, a Reforma Tributária, outro tema bastante controverso e que converge com a situação crítica emergente do Brasil que hoje é um dos países que mais paga impostos no mundo. O contribuinte que ganha, por exemplo, R$ 5.000,00, paga 27,5 % desse dinheiro para o governo, isto é, quase 30% do salário, fica para os cofres públicos. E, o retorno que temos em educação gratuita e saúde de qualidade? São excelentes, diga-se de passagem.

É por isso que, em meio a esse conflituoso debate apurado todos os dias pelo regime bicameral do Parlamento brasileiro que torna-se claro e emergencial a reforma. Além disso, áreas relevantes como educação e, ciência e tecnologia, precisam estar na pauta do governo diariamente. Não dá pra aceitar que a base da formação das crianças desse país não seja prioridade. Não é factual não falar sobre isso. Convenhamos.

Autores como o ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação dos Dirigentes das Universidades Federais (Andifes), estão sempre presentes no debate lutando pelos estudantes das universidades e pesquisadores das empresas e indústrias. Não é admissível permitir que essa pauta esteja fora da agenda do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ainda mais com o advento da política externa do país em crescimento. Onde estão os números e os dados em pesquisa e desenvolvimento do país na ponta da língua do Chefe de Estado?

No entanto, cabe um adento. A fala do novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, declarada no último encontro que teve no Tribunal de Contas da União (TCU), no mês passado, sobre Inovação, de que ele pretende criar cerca de sete laboratórios de inteligência artificial para o ano que vem, deixou a sociedade mais animada. O brasileiro se sente mais entusiasmado em ver tanta coisa legal acontecendo.

Mas, vamos acompanhar de perto e ver essa ideia ser aplicada na indústria e nas universidades, de fato. Vamos acompanhar.

Alcântara, a base de foguetes que está localizada no litoral Maranhense, já foi aprovada pelo Congresso. O decreto de Lei que retoma o debate que trata do uso da tecnologia existente entre Estados Unidos e Brasil pra o uso da Base de foguetes já encontra-se no Senado e será analisada por especialistas da área em breve, acerca do uso adequado, bem como a utilização do espaço na região que não está sendo, infelizmente, muito bem vista pelos olhos dos moradores locais.

A Base de Alcântara faz parte do acordo entre Brasil e Estados Unidos que legitima o país a fazer uso da tecnologia para exportação de foguetes que são em sua maioria feitos e produzidos pelo amigo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que poderia inclusive, atrair países em desenvolvimento como o Japão atraindo assim mais novas futuras parcerias.

É, ciência... Vamos ter calma. Muita calma nessa hora... Muita coisa ainda vai acontecer.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Se aprochegue



Fala, galerinha! E, aí como vai vocês?!

Olha, a palavra de hoje é pouco usual, mas de origem nordestina, mineira também talvez um pouco, e de um charme... É ela, na verdade ele, no infinitivo, o verbo: aprochegar.

"Se aprochegue e venha sentar-se conosco, com a gente. Venha menino e fique aqui junto de nós. Venha, sente aqui".

Esse jeito de falar na segunda pessoa do singular é bem característico do nordestino que usa a fala de forma cantada, como se fosse dar ênfase ao objeto, no caso, o menino, que é o sujeito da oração que forma a frase e a faz parecer meio que música. As combinações das sílabas com os fonemas geram uma certa harmonia, que acho parecer uma conjugação de símbolos misturados.

Segundo o Dicionário Houaiss, aprochegar vem de apro (ximar) + chegar, chegar bem perto, aproximar-se, achegar-se, abeirar-se, colar em alguém, como usamos informalmente (gíria).

É como se você desse destaque, insistisse em algo, reafirmasse, aquilo que já foi dito. Isso é bastante trivial nos diálogos do dia a dia.

No livro Grande Sertão Veredas do escritor romancista moderno, João Guimarães Rosa, é muito comum você encontrar referências da língua usada de maneira enfática àquilo que o autor deseja falar com intensidade, como na frase do livro que ele afirma: "O senhor saiba: em toda a minha vida pensei por mim, sou nascido diferente. Eu sou eu mesmo. Divirjo de todo o mundo". (Teve uma frase na prova do ENEM aplicada semana passada que eles usaram no caderno de prova essa frase "Eu sou eu mesmo), inclusive.

Na frase, ele fala para alguém, talvez Diadorim... Se bem que, acho que não, ele tinha um amor tão grande pela "amada" que pelo sentido da frase, contexto, contrário ao que parece, meio hostil, não, não era Diadorim, seu personagem favorito do livro, mas sim, talvez um sertanejo ou viajante que percorria o trecho do Sertão de Minas Gerais com ele, Rosa, a cavalo, desbravando as terras de lá.

Então, em referência ao que eu falei anteriormente: "Se aprochegue, venha sentar-se conosco. Venha menino tomar café, sente aqui, converge com a frase do livro que diz: "O senhor saiba que em toda a minha vida pensei por mim, sou nascido diferente. Eu sou eu mesmo. Divirjo de todo o mundo", portanto. No livro, ele enfatiza, intensifica a fala dando destaque ao verbo pensar que se dirige à alguém que está falando de si ou de outra pessoa.

Bom, por hoje é isso... Bom dia da Proclamação da República para todos.

Até!


sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O que escrever? Tem tanta coisa pra ler...



No livro do Allan Percy que ele cita trechos do escritor e dramaturgo britânico Oscar Wilde, ele diz que existem duas regras claras para escrever: ter algo a dizer e dizê-lo.

"Essa é a síntese mais brilhante que conheço sobre o que é necessário para escrever, um prazer quase físico, pois nos permite reviver as mais belas experiências por meio de sua reconstituição no papel".

"Outro que teorizou brilhantemente sua paixão pelas palavras foi Ernest Hemingway, que aconselhava os jovens escritores a focar "naquilo que há, e não naquilo que não há", afirma Percy.

Há, legal, mas na última estrofe aí... vou descordar, pois, há escritores de fantasia como a J.K. Rowling, por exemplo, que focava exatamente na utopia, no imaginário e na ilusão de algo que não existia, que ia além da imaginação, como fez ao escrever, Harry Porter.

Por isso, hoje, meus caros leitores, trago a vocês um pouco da pesquisa que fiz sobre Linguagem e Comunicação Digital. Nada muito extenso. Um resumo leve, pouco técnico, do que pesquiso...


A Era digital e a linguagem técnica na contemporaneidade

A era pós-moderna de hoje é consequência das grandes transformações que passamos, entre elas a digital. Esse conceito “pós modernidade” vêm da sociologia histórica designada pela condição sociocultural e estética dominante após a queda do Muro de Berlim (1789) na Alemanha, com o colapso da União Soviética e a crise de ideologias nas sociedades ocidentais no final do século XX. Foi nessa época que a referência à razão como garantia das possibilidades de compreensão do mundo ganhou força através de esquemas totalizantes.

Em “A Condição Pós-Moderna” de François Lyotard, o autor define a terminologia como a decorrência da morte das "grandes narrativas" fundadas na crença do progresso e nos ideais iluministas de igualdade, liberdade e fraternidade, que foram os princípios norteados pela Revolução Francesa (1789-1799), período de intensa agitação política e social na França e, que teve um impacto grande na história do país e em todo o continente europeu.

No Brasil, não obstante, esses movimentos de vanguarda surgidos na Europa influenciaram bastante a literatura e os artistas. A indústria, marcada pela consequente produção de massa atingida pela revolução do século XIX, a luta de classes, os Estados reguladores e os partidos definindo suas ideologias, fizeram o mundo observar a crescente globalização acender. Assim, o transporte ganhou destaque. Com isso, o avanço do trem, veículos a vapor, locomotivas e automóveis começaram a surgir, e então, a concorrência do mercado automobilístico mundial.
Essa tendência teve um amplo destaque em meados do século XVIII e levou o indivíduo a se adaptar às rápidas transformações. No Brasil, o veículo automóvel chega em 1893 trazido pelo aviador Santos Drummond, após ter sido lançado mundialmente na França, Paris, em 1889. Nesse período, não havia rádio, televisão, nem tão pouco telefone. Por isso, a informação era mais lenta, o mundo demorava a saber dos principais acontecimentos e inovações vindos da Europa

Em 1901, portanto, em consequência dos avanços da pós-modernidade, o italiano Guglielmo Marconi, recebeu o Prêmio Nobel de Física por estabelecer em linha telefônica os sinais de rádio que deram origem a invenção do “telégrafo sem fio”. Nesse período, o pai do telefone, o escocês Alexander Graham Bell, inventava o telefone por meio de um estudo desenvolvido por um sistema de educação para surdos.

Paralelo ao que foi descoberto e influenciado pela comunicação de massa na sociedade contemporânea, identificamos alguns desafios no cenário atual, um deles, a chegada da tecnologia digital.
A velocidade ao qual a informação chega hoje à casa, seja pela mídia, seja pelo celular, de maneira muita rápida, é midiática e tende a ficar cada vez mais instantânea. A Internet, com pouco mais de 50 anos, se popularizou e fez da notícia, por exemplo, um movimento global. O celular, quase o melhor amigo de bolso do homem, às vezes até mais concorrido do que a própria carteira, tem menos ainda, cerca de 46 anos.

E, mesmo assim, com toda essa evolução, como a linguagem virtual e as redes sociais, vão afetar a vida e o trabalho do indivíduo amanhã e, o quanto o homem ainda vai mudar a maneira de pensar sobre a comunicação do futuro? Como ela será?   

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Infinitivo e particípio




Infinitivo, ele ama falar
Que delícia encontrar a palavra ideal para rimar
Que amargura deve ser escrever e não encontrar
Sinônimos das palavras terminadas em ar

Acho uma delícia brincar de falar
Fala pra ele que é uma maravilha cantar
Que desperdício de tempo não assobiar
É uma alegria imensa brincar a luz do luar

Infinitivo verbo amar
Me leva daqui pra-co lá
Me leva naquele jardim que tem aquele pomar
Me faz encontrar aquela árvore linda rosa a iluminar

Amo de paixão rimar para exaltar
Nada como animar o dia caído como particípio
Não que eu não goste do particípio alado, desanimado, nada disso
É que ele é muito calado, tipo, muito ríspido, pra lá de quadrado

 

 

 

 

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Escaldante

Gente! 

Que delícia... Olha só a palavra de hoje é de origem nordestina ao que me parece, me corrijam os originais de lá, pois não tenho certeza, mas me agradou bastante e, me encheu os olhos, soou bem. Fiquei doida para escrever sobre ela...

A palavra é: Escaldante!



Escaldar me lembra comida. Parece que minha tia Gilca vai escaldar uma carne de panela ao molho de mandioca lá em Belo Vale, Minas Gerais, na semana que vem. Isso mais me parece uma boa reunião da família para que ela possa mostrar seus dotes culinários e nós possamos nos deliciar com seu tempero. 

O fato é que o verbo escaldar quer dizer mergulhar algo, alguma coisa em água e ferver, queimar, ou lavar com água muito quente.

Interessante, porém, foi que ouvi a palavra escaldar em um momento totalmente aleatório ao qual não imaginava me surpreender com tanto. Ao sair do trabalho, semana passada, resolvi parar em um food truck que tem perto da minha casa. Nunca tinha ido lá e por isso, achei que podia ir nesse dia, pois estava cansada e não queria ir ao supermercado, nem tão pouco parar para sentar em um restaurante ou lanchonete. Logo, ao pedir para a moça me servir o prato, uma senhora falante por demais sentou ao meu lado. Sentou e não parou de falar um minuto. Aliás, antes mesmo de sentar-se à mesa, já chegou falando. Ela estava contando a história do filho que morava em Sergipe, Aracaju, e que ela estava com saudade dele, queria encontrá-lo em breve. 

Feito isso, esse movimento retilíneo causal da senhora ao chegar no quiosque, a garçonete veio entregar meu pedido à mesa, que ora se encontrava bem próxima da senhora que, sergipana, ainda não tinha parado de falar e que por sinal, era comigo.  

Ao me deparar com o prato maravilhoso que chegou, um risoto de pera, me deslumbrei com a frase sinuosa e por demais surpreendente que a senhora soltou que foi: que sol escaldante.

No dia, o clima estava muito quente mesmo, Brasília tem feito dias muito calorentos e por isso, é fácil encontrar alguém reclamando do tempo. Seja no serviço, na padaria, no mercado ou no shopping, até na fila do pão, como diz uma amiga, tem alguém falando mal do tempo. Satisfeita eu que sou com essa delícia de clima que é o da minha cidade, me senti abismada com a palavra que não achei combinar com o momento, mas que me deixou perplexa pela comparação genial que ela colocou naquele momento de calor intenso. 

Curiosa que sou ainda, fiquei juntando os pauzinhos (outro termo coloquial que podemos falar em outro momento) para tentar entender o que a senhora quis dizer e o que ela queria com aquela incrível palavra que me surpreendera e me tirara a atenção. Mas, o interessante foi que ela quis dizer que o clima estava escaldante, em analogia ao que possivelmente minha tia Gilca pudesse me fazer em uma tarde de domingo com a família. Sim! Foi exatamente o que ela quis dizer, mas como informalmente o termo se enquadra tanto ao gênero alimentício como ao clima, pode ser usado tanto na frase: eu vou escaldar a carne na panela de barro para fazer uma boa carne assada ou, o tempo está escaldante, muito quente, quase queimando, então tudo bem! Está tudo certo! Lindo!

É por essas e outras razões que eu fico impressionada com a língua portuguesa, o quanto ela é linda e complexa ao mesmo tempo. A cada encontro com alguém diferente, de outro estado ou região, seja na rua ou no trabalho, as palavras me divertem por demais! Me enchem de alegria e imaginação! Adoro! Foi bem diferente esse encontro com a palavra, escaldante. 










terça-feira, 24 de setembro de 2019

Audácia





Engraçado como algumas palavras passam pela nossa vida e não damos muita bola, muito valor, muita atenção. Hoje, ao ler uma revista sobre criptografia que eu adoro me deparei com uma palavrinha bastante curiosa e muito pouco usada no dia-a-dia: a "audácia". 

Segundo o dicionário Houaiss, audacioso é aquele que tem aptidão ou tendência a realizar ações difíceis, não se importando com o perigo (me lembrei da frase do Simba no filme Rei Leão quando ele fala: "Eu sorrio na cara do perigo, hahahaha"). É aquela pessoa que se caracteriza por se opor ao que está previamente estabelecido, que se expressa com inovação. 

Bom, o fato é que a palavra é muito atraente e positiva, pois remete a desafio e, portanto, a realizar algo que deseja muito, colocando força e dedicação para ser feito. Embora, muitas vezes não pensemos muito no que fazemos diariamente no trabalho e em casa ao agimos no impulso, automático, sem medir consequências, o importante é dar o melhor, agir com prudência e cautela, principalmente.

Parelelo a isso, a "audácia" me lembrou um episódio inédito essa semana, bem legal que aconteceu comigo. Na segunda-feira (23), eu fui vacinar a minha gata no Centro de Zoonose de Brasília, que é um local aonde os veterinários são especializados em cuidar de cães e gatos. Lá, eles são responsáveis por acolher a maioria dos animais domésticos abandonados do Distrito Federal e colocar para adoção. O local é enorme, super bem organizado e eles são super atenciosos. Ao chegar lá fui atendida em menos de 5 minutos. Foi muito rápido e eficiente o atendimento do veterinário que vacinou a Bella. Fui audaciosa!

Eu não tinha noção de como era o local, estava morrendo de medo, era distante da minha casa  e, eu não imaginava o que ia encontrar. Acabei me surpreendendo com milhares de gatinhos e cachorros, loucos por um dono, um lar.

Achei muito fera! Se eu pudesse, pegava todos para mim! Todos é muito, vai?! Mas, uns três eu pegaria! Hahaha. Contudo, já tenho uma gata que amo e cuido com muito amor e carinho. E isso, sim, é o mais importante! Mais do que a minha "audácia" de ter ido lá na Zoonose levar a Bella. 

:)

Detalhe:

Segundo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, no ano passado, 313 caninos foram observados pela Zoonoses e 81 felinos tratados e adotados por meio do Centro, criado desde 1978. Além do importante trabalho de controle de doenças como a raiva, febre amarela, leishmaniose, leptospirose e hantavirose, a Zoonoses oferece a vacina antirrábica durante todo o ano, de forma gratuita.