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terça-feira, 14 de julho de 2020

Desinformação em FakeNews




Como o tema “notícias falsas” virou Lei e é debate no mundo todo?

Somos bombardeados por milhares de notícias todos os dias. Seja pela Internet, por meio do celular, e-mail ou redes sociais, a transparência e a veracidade dos fatos são quase sempre questionados, tornando-se assim, cada vez mais difícil avaliar o critério da notícia. Por isso, tem sido cada vez mais importante, escolher e selecionar o que ler, bem como quais veículos de comunicação e site acompanhar.  

No “Ciclo de Debates Públicos Virtuais: Lei de combate às FakeNews" realizado pela Câmara dos Deputados no Congresso Nacional, dia 13 de julho, o Projeto de Lei 2630 de 2020 de autoria do Senado Federal, mais conhecido como “Lei das FakeNews”, foi analisado por especialistas, governo e sociedade civil. A Lei, “Institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet” e tem o objetivo proteger a liberdade de expressão e o acesso à informação. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou que é pertinente debater o assunto para que a sociedade seja amparada e o parlamento possa segurar as informações da melhor maneira possível. “O Congresso está aberto para ouvir os interlocutores e combater as FakeNews”, disse.

A professora de Direito Civil da Universidade de Brasília (UnB), Laura Schertel Mendes, mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade e doutora em Direito Privado pela Universidade Humboldt de Berlim, na Alemanha, falou que uma das Leis que fala sobre o assunto, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), deve entrar em vigor ainda este ano, em agosto. “A LGPD é tão importante quando a Lei de FakeNews e pode ser muito ruim e causar danos quando você tem algo triste a ser analisado mas, pode ser muito boa se você tem algo que é bem diceminado e não péssimo para população”, avalia. “Essa Lei foi muito bem trabalhava pelo Congresso Nacional e vai contribuir muito para o combate a desinformação”.

Laura disse ainda que deve-se questionar a necessidade de saber o que será regulado sobre os dados. “O que vamos regular e como vamos regular?” Ela acredita que a informação pública deve buscar a qualidade. "A fragmentação da esfera pública não permite que possamos acessar a diversidade de declarações com transparência”. “O conteúdo da informação é bastante importante para que possamos entender o que estamos lendo". Na opinião da especialista, apostar na transparência é a grande chave.

Por outro lado, aprofundando o debate, o cientista social e advogado, Caio Machado, falou da aplicabilidade da Informação desde a prensa de Gutemberg, no ano 1450. Para ele desde à época fala-se da informação como ponto principal para o conhecimento. “A informação, o debate sobre a comunicação não é novidade. Porém, a grande quantidade de informação falsa que temos tido nos últimos anos, preocupa. Precisamos focar e saber se isso vai causar dano ou não”. Por isso é tão importante analisar os fatos quando falamos em FakeNews”.

Caio disse ainda que seria interessante criar um Código de Conduta acerca do PL, pois contas públicas, transparência de dados e muitos outros assuntos como, racismo, feminismo, já são obtidos por meio de documentos nesse formato em alguns países como Canadá, Europa e Alemanha, por exemplo. “O Brasil precisa de um Código que proteja a Lei e principalmente tome cuidado com que vai cercear, para não perder o foco na proteção da Lei especificamente”, avalia.

Sobre a prática de FakeNews, a jornalista e coordenadora-geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Renata Mielle, diz que o combate e identificação das pessoas que vêm praticando o envio de mensagens falsas é a maior dificuldade. “Como vamos combater o dano? A desinformação e regulação da informação devem ser analisadas. Esse seria o ponto para verificarmos os comportamentos ilegítimos”.

O deputado federal, João Henrique Caldas (PSB-AL), falou que o mundo todo está na luta para o combate das fakeNews e que muitas vezes algumas plataformas de notícias falsas são uso diário de algumas pessoas e, que por isso, o cuidado deve ser redobrado.

A deputada Natalia Bonavides (PT-RN), membro da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPI) das FakeNews, garanti que o tema é urgente e precisa ser muito bem debatido, afinal de contas são muitos assuntos a serem estudados e analisados. “Eu acho que o PL não traz muitas esplicações claras sobre os disparos em massa, por exemplo. Eu vejo que o que a ferramenta do watsapp faz de enviar à várias pessoas ao mesmo tempo a informação de maneira muito rápida é preocupante. Eu gostaria de entender como isso poderia ser combatido pois, pode gerar controvérsias e confusão na cabeça de muita gente”, garante.

O Ciclo de Debates Públicos Virtuais: Lei de combate às FakeNews foi realizado pela Câmara dos Deputados e reuniu especialistas, governo e sociedade civil para falar sobre o assunto.

O Projeto de Lei n° 2630, de 2020 (Lei das FakeNews) de autoria do senador Alessandro Vieira (CIDADANIA/SE) foi aprovado no Plenário do Congresso e agora encontra-se na Câmara dos Deputados.

Acesse o teor do Projeto de Lei em combate a FakeNews e acompanhe o andamento da proposição, em:
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/141944


Reportagem: Elô Bittencourt Emediato



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