Após
a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados por 370 votos a
124, o Senado recebe o texto para sua avaliação. Enquanto isso, as Comissões se
reúnem para debater alguns assuntos, entre eles a tragédia que ocorreu em
janeiro deste ano em Brumadinho, Minas Gerais, quando a barragem da cidade foi rompida.
Alguns
dos funcionários da Vale estiveram na reunião para prestar esclarecimentos
sobre o fato, que até hoje não teve um desfecho. A empresa responsável pelo
acidente que afetou milhares de pessoas é uma das culpadas, tendo sido convidada
a dizer por que e como o ocorrido se deu. A barragem teve um rompimento de uma
de suas partes e matou centenas de pessoas que moravam lá. Elas, no entanto, até
o momento, ainda não foram indenizadas pelo incidente.
Em
depoimento sobre o ocorrido, Lucas Brasil, ex-funcionário da Vale, disse que
esteve no local onde a mina se rompeu, mas que não sabe detalhes
do episódio. Indagado pelo deputado federal Roberto Ferreira (PRB/SP) a quem
reportava os conflitos que surgiam acerca do rompimento da barragem, o
ex-funcionário da empresa, respondeu que não sabia muito dos riscos que a mina reservava.
O Córrego do Feijão foi um dos locais afetados.
Ainda
em resposta sobre o acontecido, um dos servidores presentes da empresa,
Armando Mangolim, acrescentou mais informações sobre o acidente. Segundo ele, a
avaliação técnica feita pelos engenheiros da área constatou que havia um tubo
de água que podia estar obstruindo o escapamento por onde a água escorria. Ele
entende que o local não estava adequado para realizar tal procedimento como o
que houve. A tubulação tinha cerca de 73 metros de profundidade e, por isso, afirmou
em nota técnica que o vazamento ocorreu de maneira isolada. A auditoria,
segundo ele, feita em junho não constatou nada disso e, deveria ter sido melhor
supervisionada.
O
deputado Júlio Delgado (PSB-MG), questionou o funcionário da VALE sobre alguns
acontecimentos sobre a própria natureza do local que também foi afetada. Ele
criticou o fato de que a mina estava em um local inadequado, e que por isso
colocava em risco a vida das pessoas que moravam ali. Em resposta so parlamentar, o engenheiro
afirmou que as cidades próximas ao local como Brucutu, Itabira e Mariana podem ser afetadas se não houver inspeção adequada.
O último convidado da Comissão Parlanentar de Inquérito da Câmara dos Deputados (CPI) a falar, o engenheiro Paulo Abrão, explicou que alguns dos locais que sofreram problemas
por estarem mal inspecionados ambientalmente eram passíveis de acidente. Ele afirmou que a drenagem que foi feita na época não foi adequadamente realizada e
por isso, acabou gerando resultados negativos.
Foto: jornal O Globo