Um país incrível! Pessoas evoluídas. Muitos sorrisos verdadeiros por trás de um sistema controlador e mercenário. Che Guevara e Fidel Castro são heróis da revolução nesse país, hoje, independente. Espero que seja em partes, pois algo deve ser feito para que a situação dessas pessoas melhore. Creio que os EUA irão interferir nos próximos anos.
Viñales, La Habana, Trinidad e Varadero foram quatro cidades inesquecíveis que me ensinaram mais sobre o mundo, sobre um país que tem uma identidade cultural herdada dos espanhóis muito forte e que criou seu próprio estilo e ritmo de vida. Um país que parece ter parado no tempo, embora tenha uma das mais altas taxas de alfabetização. A educação é gratuita e de qualidade, assim como a saúde. No entanto, uma realidade bastante paradoxal, pois o país não se desenvolveu. Parece viver na década de 50.
Apesar disso tem um povo que aprendeu a ser feliz com pouco e que encontra a felicidade nas pequenas coisas. Um povo que tira das dificuldades sabedoria para viver, dos sorrisos esperança para progredir e do suor, energia para ser verdadeiro consigo mesmo. Nunca vou me esquecer de Dona Azaleia que ao se despedir de mim quando eu saí de Trinidad, me disse: você tem uma segunda mãe quando precisar em Cuba... Ela me olhava com um olhar tão profundo que parecia me conhecer há anos e queria fazer algo por mim. Me ajudar de alguma forma, nem que fosse com uma informação. Um povo generoso e inteligente que adora gente e... como são cálidos (calientes, quente)!!!
*Viñales
É uma cidade ao leste de Cuba que parece uma cidade de boneca. As casas coloridas construídas uma ao lado da outra, pequenas, com desenho igual e com duas cadeiras de balanço e uma mesinha em frente, são padrões na cidade. As estradas de chão refletem quão simples é a região. Fiz um passeio a cavalo até as montanhas onde pude ver a plantação de tabaco e café. Experimentei o charuto natural, feito na hora por um cubano que a mão enrolou a folha de fumo. Uma curiosidade é que quanto maior a folha do tabaco, melhor é a colheita, melhor é o charuto. (7 metros é o ideal. Se colher antes o sabor não fica tão bom). Em seguida, bebi o café natural recém colhido do pé. Adocei com mel. Uma delícia! Depois dessas duas maravilhas fomos mergulhar num rio de água doce... Haa! O mojito com mel! Foi o mais gostoso que já tomei na vida...
A melhor salsa que dancei foi nessa cidade. Fomos em um local que dançavam cubanos. Tinham poucos estrangeiros, mas a essência da dança foi lá que conheci! Muy Bueno, muchacho!
Não posso deixar de falar da deliciosa comida da Dona Claribele (casa que nos hospedamos)! Uma senhorinha cubana que cozinha um feijão preto, frango e bananas fritas perfeito!!! Tinha um tipo de batata roxa que adorei também... Eu e Ju, minha amiga, nos esbaldamos!
*Varadero
Um sonho de mar. Azul transparente que parece ficar branco de tão claro! Fica verde também! O tom parece se confundir com o céu. O caribe! O paraíso! Todos dizem que Varadero é muito turista, que não é bom. Sim, há muito gringo, mas vamos combinar, o mar mais bonito de Cuba. Exceto pelos Cayos que não tive a oportunidade de conhecer. Os Cayos são ilhas particulares que o Fidel só permite que entre se for com reserva de hotel. Resort. Ou seja, tem que ser barão pra ir lá... E eu ainda não sou!
Comi um feijão preto com frango frito e bananas fritas deliciosos de uma senhorinha que tem um restaurante na casa dela.
*Trinidad
Deixamos o paraíso para ir em busca de história. A cidade de Trinidad que tem quase 500 anos tem o chão de pedra na rua principal e as casas são bem antigas, todas reformadas por dentro, mas com as fachadas originais. É repleta de carros velhos e turistas. Fomos a praia e lá fizemos mergulho no mar. Fiquei emocionada de ver tanta vida marinha, peixes, estrelas do mar. Foi um sonho. Maravilhoso.
Conhecemos brasileiros! Na praia! Meninos cariocas e muito queridos! Depois saímos a noite para dançar! Energia boa! Um biólogo, o Felipe, um Oceanógrafo e um futuro papai.
Ficamos na casa de um casal fofo demais! Dona Azaleia (professora de matemática) e seu esposo que é professor de história. Conversamos muito! Tive uma visão interessante e diferente do país contada por quem é morador e admirei a dignidade de um povo que aceita suas condições sejam elas difíceis ou não. Ao longo da conversa, quando eu perguntei ao professor o que o povo achava de um sistema que controla sua comunicação e seu direito de ir e vir ele me disse que antes da revolução ele vivia muito bem, não faltava nada, mas não eram livres dos Estados Unidos. "Você não pode estar do lado de quem gosta só nos momentos bons, a vida tem momentos difíceis, e entendo que meu país está passando uma fase ruim. Por isso, estou do lado dele mesmo assim. Somos um povo digno e fiel", ele me respondeu.
Fiquei apaixonada por eles e me senti em casa. Acolhida! Oh povo fantástico. Foi uma honra tê-los conhecido.
Os mercados são escassos, quase não se vê comida nas prateleiras. É comum ver moradores venderem frutas e verduras nas ruas em carrinhos. Quase não há eletricidade. A cidade é muito escura. Assim como em Havana, capital.
La Habana
Hotel Nacional em Havana
Fortaleza de San Carlos em Havana foi construída entre 1763 e 1774 para fechar o ponto fraco de invasão a cidade. Em 1762 os britânicos assumiram o controle de Havana.
Retrato desenhado de Fidel Castro
Museu da Revolução
Praça da Revolução com a frase famosa do Che no prédio com seu desenho: Hasta la Victoria Siempre
De volta a capital que chegamos, de lá que partimos. É uma cidade pobre. Que assusta pelo subdesenvolvimento. Parece que parou no tempo. Tem muitos carros antigos, alguns que não sei como andam, além dos coco taxis que são como cocos grandes que se movem, com motor. Muito engraçado e divertido andar neles.
Fomos a FAC - Fabrica de Arte e Cultura de Cuba. Que lugar incrível, com arte, quadros, palcos, música, drinks. Um lugar como eu nunca havia ido antes, que conseguiu reunir todos os aspectos culturais em um único lugar.
Ficamos na casa de uma cubana muito simpática, a Sory, que nos recomendou a casa em Viñales... De lá, Dona Claribele nos recomentou Alexandre, em Varadero, que de lá nos recomendou a encantadora Dona Azaleia. Fomos nos conectando de cidade para cidade...
Sim, eles são um povo livre e desenvolvido interiormente, por dentro são verdadeiros, íntegros e com uma mente gigantes! Uma pena o sistema limitar e privar tanta riqueza. Meu maior desejo é que Cuba seja livre da sociedade... Aliás, todos nós...