E, até setembro, quer entregar 11.679.928 testes rápidos aos Estados para o combate ao Covid-19
Segundo o ministro da Saúde, Nelson Teich, as medidas de ação em defesa da população de cada Estado e Município devem ser tomadas separadamente
“A COVID-19 atrai todas as atenções nesse momento. Precisamos, porém, antes, entender o que está acontecendo no país. Além disso, a avaliação da doença deve ser bastante detalhada e cada Estado e Município mostra uma realidade. Diferentes partes da sociedade vivem diferentes conjunturas e por isso as ações precisam ser melhor avaliadas”, defende Nelson Teich, ministro da Saúde.
No Brasil, a pandemia causada pelo novo coronavírus vêm se espalhando cada vez mais e nos últimos meses, no Estado do Amazonas, região Norte, os números aumentaram. Seguindo o Sudeste com 5.723 mortes confirmadas, o Nordeste com 3.167, o Norte está em terceiro, com 1.844 óbitos.
Por esse quadro, têm se verificado cada vez mais a necessidade da
aplicação dos testes rápidos, em massa, nos postos de saúde e também,
principalmente, entender como os Estados e Municípios, que estão tendo
dificuldades em aplicar tal medida, podem melhorar os atendimentos.
Em análise no Congresso Nacional, a reunião legislativa ocorrida na semana passada, 6 de maio de 2020, na “Comissão Externa para Ações Contra o Coronavírus” da Câmara dos Deputados, o tema foi debatido, bem como as formas de implementação de melhorias aos hospitais e cidades.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, esteve no Estado do Amazonas verificando o andamento do efetivo de soluções.
Pela manhã, o vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Produção e Inovação, Marco Krieger, esclareceu que o laboratório de referência nacional que estuda o vírus respiratório de sarampo, em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e Ministério da Saúde, pretende entregar esse mês o número de 3.697.928 mil testes moleculares em massa aos hospitais da rede pública, almejando chegar, dessa forma, em setembro, a premissa de 11.697.928 mil testes.
O pesquisador garante ainda que dezenas deles já foram entregues. “Antes de chegar aos hospitais os testes passam pela produção em massa que são as operações básicas, soluções integradas, produtividade e resultados obtidos nos laboratórios públicos das universidades", explica.
O coordenador de vigilância em saúde e laboratórios de referência da Fiocruz, professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Rivaldo Venâncio da Cunha, explicou que as amostras de pacientes que possivelmente estejam contaminadas com o coronavírus estão sendo cuidadosamente analisadas, os anticorpos, bem como sendo observados por meio dos exames laboratoriais feitos aqui no país.
Já o presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (ABRAMED), Wilson Shcolnik, esclareceu que os exames laboratoriais estão sendo feitos e que cerca de 25 mil testes de reagentes em pacientes que precisavam verificar a imunidade e se são assintomáticas, já foram feitos.
Ele explica ainda que a classe de IGM e IGA de anticorpos que são contemplados em resultados de testes armazenados, foram especificados. Para entender melhor, a classe IGM indica quais anticorpos foram formados durante a resposta primária dos testes e são também os primeiros que se formam em resposta a patógenos complexos, e o IGA é a imunoglobulina que é encontrada em secreções, como a saliva, lágrima e fluidos nasais. Ou seja, esses genes compõe, estão inseridos, nos testes rápidos que são encontrados nos postos de vacinação de todo o país.
Para Wilson, os resultados dos testes que são feitos coletando o sangue no dedo, são mais objetivos do que os capilares, feitos com fio de cabelo da pessoa, por isso ele diz que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) avalia o primeiro método como mais seguro que os demais testes sugeridos. “O controle e a qualidade dos testes feitos pelo sangue, são melhores”, assegura.
“Alguns testes de PCR estão sendo feitos para verificar se a pessoa tem ou não o vírus e, são entregues à sociedade civil”, avalia Alessandro Pascolato. Supervisor Médico do Laboratório de Biologia Molecular da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Pascolato diz que as universidades devem estar muito bem alinhadas com o Congresso Nacional para que a produção de conhecimento chegue devidamente à população.
Alessandro lembrou ainda que o fato de sair ou ficar em casa não é o mais importante agora, mas sim “a consciência da população que deve fazer os testes para saber se tem ou não o coronavírus”. Ele disse ainda que outros tipos de vírus como gripe e influenza estão por aí e é preciso tomar cuidado. O médico da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre enfatizou que quanto mais a população demora a se expor ao vírus, mas tempo ele demora a passar. “Devemos agir combatendo o vírus pela raiz e, a melhor maneira é enfrentando ele”, afirma.
O presidente da Comissão Externa para Ações contra o Coronavírus, deputado Luiz Antônio Teixeira (PP-RJ), falou que o estado do Rio de Janeiro está quase entrando em situação de calamidade pública. “Temos um dos piores cenários do país. Ele têm, na sua condição real, a difícil tarefa de pedir um plano de ação ao governo federal” diz.
O deputado Miguel Lombardi (SP/PL) acredita que as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo Federal em combate ao coronavírus estão no caminho certo e defende que a União, Estados e Municípios devem divulgar na Internet a relação dos contratos firmados acerca do avanço da epidemia da Covid-19. “O meu Projeto de Lei 2180/20 prevê que os contratos emergenciais firmados pela administração pública com os Entes da Federação sejam mais transparentes para que, durante a epidemia de COVID-19, possamos acompanhar melhor o que vêm sendo feito”, defende Lombardi.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, disse que essa semana o ministério vai visitar os Estados e convidou os parlamentares representantes dos seus Estados a irem com ele fazer, pessoalmente, as visitas. Na apresentação feita por Teich, o Estado de São Paulo está entre os que tem maior número de mortos, cerca de 37 mil, seguido pelo Rio de Janeiro. Brasília está em 14º lugar com o número de 1.906 de mortos até o momento.
O ministro acrescentou ainda que esse é o momento de buscar informação, juntar o time e trabalhar com eficiência.
A deputada Carmen Zanotto (Cidadania/SC) cita a difícil questão de logística dos Estados e Municípios. “Precisamos organizar como as prefeituras vão fazer os PCRs, teste rápido que detecta o coronavírus, chegar aos hospitais”, diz.
A reunião legislativa ordinária aconteceu por videoconferência e reuniu especialistas do governo federal, parlamento, academia e sociedade civil.
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