Caramba, Rio. Não falei de você. Te vi, te curti, me maravilhei com você e, não falei de você. Que feio. Como pude. Me perdoe. Pois, vamos resolver isso já. Falá-lo-ei de ostê!
Imprudência minha ter ido a tantos lugares incríveis como os que a cidade do Rio de Janeiro oferece e não os tocar no assunto. Também pudera é tanta coisa pra fazer durante a vida que torna-se quase obsoleto falar sobre as férias, não que isso seja irrelevante, ao contrário, é super importante, por isso, pretendo me ater a escrever com mais pontualidade sobre os meus acontecimentos diários e factuais, marcantes e legais como minhas viagens.
Apaixonadamente, me recordo da praia do Leblon. Divinamente deslumbrante aquele mar não podia me decepcionar. Que coisa maravilhosa, as gaivotas voando, os surfistas com neoprene (aquela roupa especial que eles usam para proteger-se do frio que encaram ao surfar, pegar ondas no mar) e, os kitesurfistas, pouco exibidos com aquelas pipas gigantes sobrevoando as pessoas, peixes e tubarões no mar gelado, que chega a congelar em alguns pontos como os do Polo Norte e os da Groenlândia. Nossa, não preciso exagerar e ir tão longe, vou ficar pelo Rio mesmo, Copacabana.
Bom, o fato é que eu invejo eles, os surfistas de pipas. Acho que não saberia nem ficar em pé em cima de uma prancha daquelas. Não que eu quisesse, tão pouco, mas não obstante, ser como eles, não, não é isso, eu poderia me ater em somente admirá-los e quem sabe registrar os momentos por uma máquina fotográfica. Gente, máquina fotográfica, quem ainda no mundo usa uma máquina de tirar fotos, ainda mais para ir para a praia? Se não for profissional, acho que ninguém. Seria muito mais interessante e inteligente um celular que tira foto, já que todo mundo tira foto hoje pelo celular? Sim. Claro que sim. Quer dizer, deve ter algum gato pingado ou um ser humano diferente que não. Mas, ok. Não vem ao caso.
Voltando ao passeio pela praia do Leblon me ative a recordar as duas lindas e encantadoras pessoas que conheci em Ipanema e que me chamaram para sentar próximo à elas. Como eu tinha ido ao Rio para o casamento de uma amiga, me dei umas horinhas de descanso para caminhar na praia. Naquele momento eu estava sozinha e, eles gentilmente, me convidaram a aproximar e conversar. Foi super engraçado porque eu estava morrendo de vergonha ali sentada em frente ao mar assistindo as pessoas caminharem e entrando no mar com suas famílias e filhos e vizinhos, cachorros, periquito e papagaio, digo, os últimos dois animais não, não haviam lá, até porque não é possível ver nenhum animal voador em Ipanema que não seja pombo, passarinho ou gaivota, logo, seria impossível ver um deles, periquito ou papagaio, por lá, nem tão pouco um deles entrar no mar, eles seriam afogados imediatamente por uma onda inescrupulosa e malvada. Mas, sim, a praia estava cheia de gente.
Ah, me lembro que tinha um rapaz francês, de Paris, o Peter e, uma alemã de Berlin, a magnífica Sarah, que doce e amável, me convidou a ir a sua casa depois de conversamos longas horas. Ela era muito simpática e atenciosa e, foi uma delícia fazer amizade com ela, tipo, pessoas que eu nunca tinha visto na vida e pior, não sabia da onde tinham vindo, quem os tinha colocado ali naquela hora e naquele lugar. Acho que daí a gente tira o grande mistério da vida. Quanto menos você sabe da pessoa, da onde ela veio, família, essas coisas, mais interessante ela fica. A Sarah parecia ser uma menina tímida, mas ao conversarmos percebi uma menina alegre e muito interessada em aprender coisas novas. Apesar de falar alemão nos comunicamos bem em inglês e eu conseguia perceber a curiosidade dela em saber mais sobre o Brasil e o Rio de Janeiro. Quando eu disse que ia encontrar um amigo depois da praia para ir ao Museu do Amanhã, museu tradicional do Rio que faz referência a inovações e futurismo contemporâneo, ela logo se interessou e perguntou se podia ir também, comigo.
- Sério! Museu do Amanhã? Disse ela, entusiasmada. Waw. Aonde fica? Posso ir com você? Porque amanhã? É um museu que fala do que vai acontecer amanhã? E depois de amanhã? Ele não fala sobre isso?
- hahahaha. Não sei porque o nome Museu do Amanhã, realmente deve ser porque ele remete às exposições que vão acontecer no futuro, com debates negativos e positivos que enfrentamos hoje, sobre desafios da modernidade e, alimentação, por exemplo é o tema que ele contempla agora. Eu respondi. - Como vamos alimentar a população em 2050? O mundo vai conseguir? Esse é o tema da exposição que está lá. Então, imagino que o nome seja por isso. Te estimula a pensar o mundo daqui uns anos. Disse eu aflita por tantas perguntas ao mesmo tempo.
Eu respondi meio agoniada aos questionamentos de Sarah que eram muitos e me pareceram mesmo pertinentes para a ocasião. Afinal de contas, como não pensar em algo tão trivial e casual como o porque do nome de um Museu do Amanhã.
Me conformei com a situação que me parecia nobre e inquietadora para pesquisar mais detalhes. Enquanto ela saiu pra dar uma volta eu fui pesquisar o significado do nome do Museu. Santo celular que inventaram que qualquer dúvida sobre qualquer coisa você pode tirar em qualquer hora a qualquer momento. Genial mesmo. Vamos agradecer a todos que criaram os celulares no mundo porque foi uma benção. China, valeu. Não que antes as pessoas eram menos intelectuais ou menos curiosas, interessantes, não é isso, não, nada a ver, mas é que acho que as pessoas não tinham acesso a informação tão rápido e em um curto intervalo de tempo como têm agora. Isso é um fato. Um feito.
Por exemplo, é estimável as pessoas quando tinham que estudar um objeto, ter que passar horas estudando determinado assunto, seja na biblioteca ou em universidades, locais que concentravam enciclopédias antigas, ou museus e lugares que os colecionadores ficavam se aprofundando e escrevendo sobre as pesquisas que faziam. As pessoas estudavam.
Bom, por hora é isso. Eu me despeço aqui, gente, do Rio e, de vocês. Quem sabe em outra edição ou artigo eu me aprofunde mais sobre as beldades da cidade que foi palco de Rui Barbosa e tem hoje como saudação o Museu do Amanhã e a casa Imperial Real que esconde milhares de exemplares como a cadeira do reverenciado Machado, o grande e querido Machado de Assis, escritor carioca contemporâneo e crítico pensador erudito. Lá é possível encontrar algumas pérolas literárias. Isso mesmo. E, ele tem também uma cadeira de escrever até hoje lá, no Palácio Imperial Real do Rio de Janeiro. Isso não é formidável?
Nenhum comentário:
Postar um comentário