Câmara dos Deputados debate Estratégias para o Século 21
Deputado Miguel Lombardi (PL/SP) falou da importância de falar sobre história no Parlamento
“O tempo de guardar os arquivos tecnológicos acerca do que acontece com as informações da casa e o que acontece no dia a dia são diferentes um do outro e o nosso desafio hoje é preservar isso sem perder a qualidade do que foi produzido”. Explica José Raimundo Filho, servidor do Serviço de Preservação Digital da Câmara dos Deputados.
Segundo José, os acervos da casa, bem como os documentos digitais são todos centralizados e definidos em conceitos próprios que devem ser preservados unicamente como exclusivo. Os documentos são cultivados seguindo uma base de dados de informações específicas. Por meio do Serviço de Preservação Digital que a casa tem é possível arguir melhor as soluções em documentos preservados.
José destaca ainda que existe um modelo de governança que permite organizar a logística de trabalho e os documentos digitais, todos eles, desde folhas de pagamento até as folhas taquigráficas do que acontece nos Plenários da casa, rádio e TV Câmara, por exemplo.
O deputado Miguel Lombardi (PL/SP) disse que a história e a cultura do país são responsáveis pela formação da identidade do cidadão. “Falar sobre a memória da história do parlamento e do país em um momento como esse, de pandemia, aonde as redes sociais têm sido uma grande aliada também é super importante pois, ajuda a esclarecer à população sobre os cuidados que damos à informação”, garante o parlamentar.
Já Raquel Reis, arquivista da equipe de Permanência Digital da Coordenação-Geral de Gestão de Documentos do Arquivo Nacional (COGED/AN), falou sobre o serviço que desenvolvem. “Somos responsáveis pela guarda da preservação de documentos arquivísticos digitais no Brasil. O Arquivo Nacional, normalmente, recebe os arquivos nos formatos específicos como PDF, Word e os organiza, adequadamente”.
Segundo Raquel, o Arquivo Nacional recebe os documentos dos órgãos públicos, arruma eles em uma base de dados, em ordem de classificação de origem e, os salva.
Em contrapartida, o sistema de preservação de arquivos digitais do Senado Federal dispõe de outros métodos de preservação como a guarda de processos eletrônicos administrativos, legislativos e de sistema de negócios. Segundo Kristianno Medeiros Viana, Chefe do Serviço de Processo Eletrônico do Senado Federal, alguns dos documentos que são arquivados devem ser preservados de maneira permanente.
Segundo ele, a comunidade científica também exige que o Senado deve dar ciência acerca dos dados e transparência acometidos. “Em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) desenvolvemos a instalação de ferramentas e o relatório de análise de sistemas”.
Kristianno explica ainda que a operabilidade de funções que acontece entre os sistemas da casa ocorre de maneira integrada entre os departamentos, como Recursos Humanos, Contabilidade e Preservação. “O padrão de metadados, vocabulário e formatos dependem muito do tempo, esforço e recurso que inserimos na cadeia de custódia digital”.
Segundo Jorge Prado, presidente da Federação Brasileira das Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), a Agenda 2030 como estratégia de Aproximação entre Bibliotecas e Sociedades, defende que a comunicação entre órgãos e academia deve ser mais próxima bem como o alinhamento da memória entre ambos. “Precisamos unificar os trabalhos que culturalmente preservamos e pensar de maneira sistêmica”, explica Jorge Prado.
As duas casas, Câmara e Senado Federal dispõe de bibliotecas para toda comunidade. A Biblioteca da Câmara dos Deputados tem um espaço chamado “Encontro com o Autor” que reúne servidores da casa de diversos gêneros literários e convidados. Segundo Janice de Oliveira, diretora da Coordenação de Biblioteca da Câmara dos Deputados (COBIB), o Instagram faz Lives e reúne pessoas com informações dos livros publicados em tempo real falando de literatura, atualidades e legislação.
Já a biblioteca do Senado Federal reúne vários exemplares de periódicos nacionais e internacionais. Segundo Patrícia Coelho, coordenadora da Biblioteca, há uma Coleção de escritores do Brasil que reúne dezenas de leitores participantes.
O Congresso Internacional será realizadas ainda nos dias 7 e 8 de dezembro, a partir das 9 horas, e poderá ser acompanhado ao vivo pelo canal da Câmara dos Deputados, no YouTube e pelo portal e-Democracia.